Adsorção de corantes sintéticos em água de mar usando argilas naturais
Palavras-chave:
adsorção, argilas, azul de metileno, rodamina B, água de marResumo
Este estudo se centrou na adsorção dos corantes sintéticos: Azul de Metileno (AM) e Rodamina-B (RhB) em água de mar utilizando argilas naturais (Bentonita= amostra SC-02) e a mesma argila purificada (principalmente montmorilonita). As argilas foram caracterizadas por EDS (Espectroscopia por Dispersão de Energia de raios X), DRX (Difração de Raios X) e MEV (Microscopia Eletrônica de Varredura). Os testes de adsorção foram realizados em sistema em batelada, com os adsorventes secos (em estufa a 100ºC) e em forma de pó (peneira < 500 μm). Nos experimentos de adsorção, foram realizados testes cinéticos (horas), variação na dosagem do adsorvente (gramas de adsorvente por litro de solução de corante) e isotermas de adsorção (com ajustes aos modelos Freundlich e Langmuir). Os resultados indicaram que as argilas foram muito eficazes na remoção dos corantes sintéticos (MB e RhB) em água do mar, apresentando altas porcentagens de remoção. Tanto a argila natural (SC-02) quanto a argila purificada atingiram o equilíbrio de adsorção após 90 minutos para ambos os corantes, com porcentagens de remoção superiores a 90%. A variação na dosagem do adsorvente também indicou que pequenas quantidades de argila foram altamente eficazes na remoção dos corantes. A remoção máxima registrada para o Azul de Metileno foi de 217 mg por grama de argila (mg·g⁻¹), obtida com a argila natural; já para a Rodamina-B, a remoção máxima foi de 160 mg·g⁻¹, obtida com a argila purificada — ambas com dosagem de 0,2 g·L⁻¹. Além disso, as isotermas de adsorção se ajustaram preferencialmente aos modelos de Langmuir (no caso da argila purificada) assim como ao modelo de Freundlich (no caso da argila sem purificar). Os resultados deste trabalho também mostraram que as duas argilas utilizadas (natural e purificada) foram altamente eficazes na remoção de corantes sintéticos em água do mar, e que a salinidade da água do mar não interferiu na adsorção dos corantes RhB e MB. Estes resultados abrem caminho para aplicação em processos de remediação em efluentes com alto conteúdo de sais.
Referências
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